A tal pergunta dos mil milhões. Sinto-me mal e acho que preciso de ajuda – vou ao psicólogo ou ao psiquiatra?

Sinto sempre – quase sempre - que há uma enorme confusão à volta do que é um psiquiatra e do que é um psicólogo. E do que é afinal a psicoterapia. “Mas eu arranjei um terapeuta”. E não metamos ao barulho o neuropsicólogo – pior ainda. 

Afinal, quem faz o quê? Quem medica? Quem ouve? Quem ajuda a mudar hábitos? Quem analisa? É tudo a mesma coisa ou não?

 

O Psiquiatra

O psiquiatra é um médico que se especializou em tratar problemas de saúde mental. 

Além de realizar psicoterapia também pode prescrever medicação sempre que exista indicação. 

Acima de tudo, ajuda a traçar um plano: escolher o tipo de psicoterapia que se adequa, se é ou não necessária medicação e promover alterações do estilo de vida sempre que for preciso.

 

O Psicólogo

O psicólogo é um profissional de saúde mental formado em psicologia, especializado em psicologia clínica e que trata problemas de saúde mental através da dita psicoterapia.

 

O Terapeuta 

E depois ouve-se falar dos terapeutas. O terapeuta pode ser qualquer coisa — desde um psicólogo clínico com 20 anos de experiência até alguém que fez um curso de fim de semana. Atenção aqui. Nem todos os “terapeutas” têm formação académica ou reconhecimento oficial.

Quando se trata da saúde mental, é importante saber quem está do outro lado.

 

A Psicoterapia

Psicoterapia é um conjunto de técnicas e métodos utilizados para ajudar as pessoas a superar perturbações emocionais, comportamentais e mentais e para prevenir novos eventos. 

Não existe uma psicoterapia, existem várias e têm todas nomes diferentes, por exemplo, a psicoterapia cognitivo-comportamental, a interpessoal, a rogeriana, a terapia familiar ou a psicoterapia psicanalítica. Queremos escolher a psicoterapia se mais se adequa a cada caso. 

Falamos em psicoterapeuta para designar um psicólogo ou psiquiatra que tem uma formação adicional específica numa determinada abordagem à psicoterapia.

 

A Medicação

Nem sempre é necessária. Mas quando é, faz toda a diferença.

Alivia sintomas e ajuda a pessoa a ser capaz de colaborar na psicoterapia e nas alterações do estilo de vida necessárias.

E sim: pode ser temporária, ajustada e segura.

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O Neuropsicólogo

O neuropsicólogo surge sempre surgem dúvidas ou que é necessário. 

O psiquiatra pode pedir uma avaliação neuropsicológica ou psicológica para detectar falhas subtis à primeira vista ou quantificar aquilo que observamos. 

Pode ser necessário iniciar estimulação cognitiva - planos personalizados para treinar a memória, melhorar a atenção ou reforçar funções executivas — como quem vai ao ginásio mas para o cérebro. 

No fundo, as suas funções passam por ajudar a perceber a causa (sempre que necessário) e ajudar na recuperação.

 

O plano ideal

Na minha realidade, psiquiatra, psicólogo e neuropsicólogo trabalham em conjunto. Em equipa, decidem qual a melhor abordagem para cada caso. O psiquiatra dá a base, o neuropsicólogo ajuda a esclarecer pontas soltas e o psicólogo dá o sentido.

 

E como é que sei que é o profissional certo? Eu tenho a minha própria lista de três regras para que olho sempre. 

Tem de ser um profissional tecnicamente capaz. 

A pessoa tem de empatizar com o psiquiatra ou o psicólogo – sem isto nada feito. 

E – muito importante – tem de existir melhoria.